Brasi de cima e Brasi de baxo (cante lá que eu canto cá)
Patativa do Assaré
Meu compadre Zé Fulô,
Meu amigo e companhêro,
Quage um ano que eu tou
Neste Rio de Janêro;
Eu saí do Cariri
Maginando que isto aqui
Era uma terra de sorte,
Mas fique sabendo tu
Que a miséra aqui no Su
É a mesma do Norte
Tudo o que procuro acho.
Eu pude vê neste crima,
Que tem o Brasi de baxo
E tem o Brasi de Cima
Brasi de Baxo, coitado!
É um pobre abandonado;
O de cima tem cartaz,
Um do ôtro é bem deferente:
Brasi de Cima é pra frente,
Brasi de Baxo é pra trás
Aqui no Brasi de Cima,
Não há dô nem indigença,
Reina o mais soave crima
De riqueza e de opulença;
Só se fala de progresso,
Riqueza e novo processo
De grandeza e produção.
Porém, no Brasil de Baxo
Sofre a feme e sofre o macho
A mais dura privação.
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